quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A PAZ EA LUA

Eu quero a Paz, a grande Paz

da Lua sozinha no céu.

A paz sem a menor lembrança,

a paz de quem nunca viveu.





A Paz que reina nos domínios

onde não há musgos nem germes.

E não há sulcos nos caminhos.

E há seiva debaixo da neve



A Paz sem devaneios, dentro

dos seus nítidos horizontes.

A Paz dos cristais no silêncio

sem nenhuma idéia de som.



A Paz que precedeu as sombras,

a que antes das tréguas nasceu.

A que nos tempos não se encontra,

a que foi desejo de Deus.



Eu quero a Paz com perfeição

de flor e orvalho, eu quero a Paz

ao alcance das nossas mãos,

com a substância e as cores do nácar.



Porém eu quero a Paz acima

de qualquer sopro humano- ou mácula.

Com delicadezas de vime

guardada de todo contato.



Assim como a Lua sem noite

e sem espaço, de tão leve,

miragem que se desvanece

em frente ao anjo anunciador.



A Lua sem anjo ou demônio,

alheia aos mares que descobre

no caminho da solidão

para lá da vida e da morte.

Eu quero a lua toda pura,

a lua sem vendas nos olhos.

Enquanto a Terra em febre esta,

a Lua completa- e não cora

Nenhum comentário:

Postar um comentário