quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O PERISPÍRITO

Existe um debate dentro da seara espírita, que considero bastante interessante. A questão de se o Espírito, em algum momento de sua evolução, acaba ficando "sem" o perispírito (afinal, o "Espírito Puro" precisaria de perispírito prá que?).




Boa parte dos espíritas entendem que, a partir de uma alta (leia-se altíssima!) evolução o Espírito já se desvincularia de tudo que fosse material (ou semi-material), ficando portanto 'sem' perispírito.



Uma outra boa parte dos espíritas entendem que o perispírito torna-se cada vez mais sutil, entretanto o Espírito "nunca" ficaria 'sem' perispírito.





Na MINHA visão, em primeiro lugar é necessário conceituar DETALHADAMENTE o que vem a ser perispírito.



Na Codificação Espírita (os livros compilados por Kardec, a partir das respostas que eram feitas a Espíritos Superiores), a descrição do perispírito vai pouco além de "elo que liga o Espírito à matéria (corpo físico)". Na MINHA ótica, tal descrição é por demais simplista, sendo o tema 'perispírito' um 'mar de complicações'.



Lembro (mesmo sem precisar!) que tal visão minha (a 'pobreza' da descrição do que seja o perispírito) em nada 'denigre' o enorme valor da Codificação Espírita. Até porque, prá mim, a Codificação não teve, em momento algum, a pretenção de tornar-se um "super-tratado de metafísica"... seus objetivos, sempre a meu ver, era proporcionar uma 'alavanca evolutiva' para os encarnados





Portanto, NÃO usarei a conceituação kardequiana de perispírito, mas sim um 'paralelo' com a 'teoria dos 7 corpos', comum no Oriente.


O Espírito, ao vir ao 'reino de Maya' (o "mundo das ilusões", ou simplesmente encarnar), 'veste-se' de 7 corpos (em ordem decrescente de sutileza/vibração, ou ordem crescente de densidade):



Corpos 1, 2 e 3 --> Os "corpos" da Trindade Superior, ou a Mônada (Centelha Divina) "em vias de entrar no mundo material".



Propositadamente numerei os 3 ‘primeiros’ corpos, para fugir de discussões a cerca dos termos usados (‘corpo mental superior’, corpo causal, corpo búdico, atmico, ‘divino’, etc, etc), pois não é o propósito aqui.



Observo também que o termo ‘corpo’ é um nome ‘ruim’, pois esses 3 corpos não possuem forma delimitando-os (pertencem ao ‘mundo arupa, ou ‘sem formas’). Aliás, muitos teosofistas (e hindus também) não utilizam o termo ‘corpo’ para os da Trindade Superior, preferindo usar o termo original em sânscrito.
Os outros 4 corpos, são pertencentes ao mundo mayávico, ou ‘mundo material’, segundo paralelos possíveis de serem feitos com a Codificação – a Erraticidade, conforme Kardec nomeou. É chamado de “Quartenário Inferior” (será que é daí que vem o ‘quadrado umbandista?....), o ‘mundo rupa (com formas SEPARANDO, DELIMITANDO as consciências, ou os Espíritos). São eles:




Corpo 4 – corpo mental (prefiro a terminologia ‘corpo mental-inferior’, para diferenciar do manas, ou 'corpo mental-superior', “sede dos pensamentos abstratos, das idéias puras”, o ‘corpo 3 da Trindade Superior)



Corpo 5 – corpo astral, ou sede das emoções



Corpo 6 – corpo etérico, ou sede das sensações



Corpo 7 – o nosso conhecido corpo físico





Colocado este brevíssimo resumo dos “7 corpos” lá do Oriente, para responder se o Espírito, afinal fica ‘sem’ o perispírito, traçaria dois ‘paralelos’ entre a teoria oriental e a kardequiana:





- Primeiro, vejo (EU) que o que Kardec chamou de ‘Espírito’, seria a Trindade Superior. Sei que é um ‘ponto polêmico’, mas não vejo o ‘Espírito’ de Kardec como sendo a Centelha Divina (‘Atman’), mas sim esta já manifestada nos 3 ‘primeiros‘ planos.





- Sendo assim por lógica, o que o Kardec chamou de perispírito, vejo como sendo o CONJUNTO dos 4 corpos inferiores, o Quartenário Inferior.





Portanto, para mim, o Espírito acaba ficando ‘sem’ o perispírito sim – quando sai da ‘roda de encarnações’; quando passa a existir (tendo auto-consciência de sua Individualidade) apenas como Trindade Superior (o que entendo como o “Espírito Puro” chamado na Codificação Espírita)





Abraços

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